segunda-feira, 13 de abril de 2015

Barracos, macumbas e tintas de cabelo

Tenho uma aversão natural a barracos! Vivo cercada de barraqueiros! Corro deles, mas, não sei ainda que magnetismo os atrai para meus arredores. Mesmo que o barraco não seja comigo, sempre tem alguém jogando a lona do circo ao meu lado.

E é incrível como o barraqueiro é carente! Sim.. no fundo, todo barraqueiro é carente de atenção, de público, de plateia. Reparem que, as pessoas que falam alto, sempre soltam alguma frase de efeito, alguma pérola filosófica que leu no feed do Facebook e está sempre querendo mostrar que é intelectual. Tenho uma preguiça dessa gente!

Pois é! Fato, é que todo palhaço sofre de carência. Acordo no pós feriado com a notícia que a funcionária faltaria mais uma vez. Isso significa 485 mil preocupações e arranjos para que o dia funcione como deve. Significa deixar café e almoço pronto pra filha, uniforme preparado, caçar alguma vizinha santa pra gerenciar a manhã dela até a ida para o colégio, deixar a louça e cozinha brilhando e vir trabalhar sem atrasar meio segundo. E, claro, tudo isso linda, fresca e sorridente. Sim, sorridente; porque, tristeza, amados, não é comercial!  Além do mais, mau humor envelhece e tratamentos estéticos estão com preço de carro zero! Portanto, nada de estresse ao acordar! E meu raríssimo estresse matinal foi interrompido por gritos, palavrões, xingamentos e ameaças. Todos esses verbos juntos e misturados na porta do meu elegante edifício.

A mais neurótica de todas as criaturas que habita meu prédio fazia ameaças espirituais à outra, jurando por todos os santos que a macumba dela é poderosa. Daí, descobri quem enfeia as esquinas da nossa rua tão tranquila com aqueles despachos de pobre.

Fia, se tiver a oportunidade de ler esse post, vou te dar um conselho. Como analista de Marketing, posso te afirmar, categoricamente, o motivo de seu marido ter te trocado por aquela loira suculenta, malhada e descolada. A razão pela qual você foi dispensada dos quatro últimos empregos de dois anos pra cá e perdeu mais tantas outras coisas importantes em sua vida.

Hoje descobri a raiz de todos os seus males, colega; e é muito simples: Você trata seu santo muito mal! Você coloca garrafa de sidra Cereser no despacho? Mariola comprada em atacado com 50 unidades! Cachaça  com o esqueletinho do milho na boca! Cigarro derby, daquele que custa R$1,50 o pacote, perfume da avon, do tipo que quando o sujeito entra o ambiente, parece que tá vindo do fechamento de alguma zona...

Seu santo ta revoltado com você, gata! Imagine.... até eu ia revirar a tigela de barro do despacho na sua cabeça. Fia, aprenda uma coisa: Favores se conseguem com bajulações de qualidade! Isso se chama lobby com o santo. Seu santo quer ser bem tratado! Coloca lá uma Don Perignon safra 1953 pra ele..., uma Etiènne Dumond, porque santo moderno é bem informado e já sabe que até veuve clicquot já caiu no populacho. Dá logo pra ele um Prosseco Italiano com uma caixa de charutos cubanos legítimos, um La Madeline au Truffe, um perfume Maroussia...um sorvete Haagen Daz, menina.

Tira esse espírito de pobreza da sua vida. Exorciza a tv aberta da sua casa! Esquece a cor original do seu cabelo, porque, na sua idade, você já pode se dar o luxo de misturar as tintas e criar uma cor que ninguém sabe ao certo o que é, só você. As pessoas vão olhar tanto pra você que você vai ter sua auto estima na estratosfera. Mesmo que, no fundo, quem olhe só esteja intrigado mesmo é em descobrir que diacho de cor é aquela que ta no seu cabelo, que, geralmente, vai estar escovado e com um corte em camadas , o famoso corte pantera, muito usado por minhas irmãs na década de 70.

Isso é uma inhaca que te jogaram enquanto você estava distraída ajeitando a gamelinha de barro embaixo do poste e enchendo o saco do seu santo, coitadinho. Amiga, acredite: a macumba do mau gosto pega. Gruda que é um negócio horroroso; parece gordura de salgadinho frito: pra sair é uma luta!

Querida, entenda uma coisa: Não é só tristeza que não é comercial. Falta de brilho, de glamour; falta de joie de vivre, de ter o que construir, o que fazer, o que cuidar, também fecham as portas para uma vida de fato! Você respira e pensa; então viva! Mas, viva bem. Viva intensamente. Viva a sua vida, com tudo o que ela tem de gostoso e bom, porque, pra onde todos vamos a partir daqui, não existem competições, nem ciência, nem ego, nem sentimentos, nem vaidade. Ninguém vai ver ou sentir nada! A vida é aqui e agora! Critique-se, melhore-se, olhe para você e deixe de viver os defeitos dos outros.

Ah, o motivo da briga? O cachorrinho de uma queria namorar a cadelinha da outra!

Moral da história: Seja feliz mesmo. Sua infelicidade implica na felicidade alheia. Gente infeliz sempre dá um jeito de não deixar que os outros sejam felizes não é mesmo?

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