terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A minha alma

É certo! Não temos nada a temer senão nós mesmos. Deus e o destino só tem poder sobre nós pela traição de nossas fibras sensíveis. Sobre almas inferiores eles reinam implacáveis e seu poder nos mostra o tempo todo que nossa ruína reside na falta de sabedoria. A divindade encontra em espíritos fracos, para supremo argumento, a tortura do que se acha sábio.
Posso sempre chorar, e sensível que sou, tenho observado que não existe pensamento que, levado até o mais perto da alma, não me conduza aos limites privados de palavra.Às vezes, esses limites são tão necessários quanto respirar. Esses limites mudos, onde subsistem apenas a piedade, a ternura, e uma espécie de amargura, inspirada por esse amálgama  de eterno, de fortuito e de efêmero que é o destino. Minha sensibilidade e liberdade da alma são coisas que, nascidos de um germe imperceptível que é a fé, crescem e se fortificam, e se desenvolvem e ramificam;mas, quanto mais minha alma se alça rumo ao céu (ou rumo à felicidade), mais deve descer dentro da obscura substância daquilo que, sem saber, eu sou.

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